domingo, 5 de dezembro de 2010

So.S – Sociedade Sexual

Irei começar pelo início dos inícios, pelo menos daquilo que a nossa capacidade deixa imaginar: Nada, Big Bang(há 15 bilhões de anos atrás), Tudo... Matéria espalhada por um vazio que toma conta e se passa a chamar Universo. Nesse universo, formam-se galáxias(há 13 bilhões de anos) há uma pequena galáxia entre muitas outras, onde há planetas, e onde em um deles é o planeta Terra(há 4,5 bilhões de anos). Planeta este, em que surgiram as primeiras formas de vida á cerca de 3,5 bilhões de anos. Seriam com certeza formas de vida muito simples, mas as precursoras de todas as que se seguiram: seres unicelulares. Estes para se reproduzirem dividiam-se e assim davam origem a outros seres. O passo seguinte foi o aparecimento se seres pluricelulares em formas sucessivamente mais complexas... Até chegar a uma complexidade tal em que a reprodução implicaria a combinação entre a informação genética de dois indivíduos de uma mesma espécie (f/m) – reprodução sexuada.

O homo sapiens sapiens, que veio a evoluir até ao que hoje entendemos por ser humano, surgiu na Terra há cerca de 120 000 anos. E desde então têm vindo a moldar o meio há sua volta, usando-o para seu benefício como nenhum outro animal alguma vez fez no seu planeta, pelo menos de que se tenha registo... Outra característica muito peculiar é o modo como as relações sociais, no seu circuito de motivações recompensa é intrincado, complexo e até complicado. Do “topo” da sua auto-proclamada inteligência, a sua capacidade de abstracção esbarra por infindáveis ocasiões com os mecanismos que este reconhece, atribui e revê nas restantes espécies animais: os mecanismos básicos que a estrutura nervosa comum a quase todos os seres pluricelulares abarcam: mecanismos básicos que visam assegurar a sobrevivência do indivíduo e da própria espécie. E como tal, mecanismos que vão estar em jogo no circuito motivacional do ser humano, particularmente no que toca á sexualidade.

E em relação á sexualidade, tornou-se em boa parte um escape ás intrincadas frustrações que cada indivíduo foi sofrendo, resultado de infinitas motivações de origem tanto abstracta, quanto primária (mas sempre passando pelos mecanismos que estas motivações primárias implicam – estruturas compensatórias do sistema nervoso). E falar numa disfunção de como a sexualidade é entendida por cada indivíduo, é falar de muitas outras disfunções do que seria o funcionamento equilibrado da mente do ser humano: depressão, angústia, psicoticismo, neuroticismo, etc... E o mais perigoso é que na complicada sociedade em que vivemos qualquer uma destas disfunções pode ser vista de várias formas, muitas das vezes mal interpretadas, mascaradas, ou até usadas para sobressair na sociedade. E estes desequilíbrios, á vista desarmada da sociedade podem ser entendidas desde loucura, a simples bom humor, passando por traço característico da personalidade do indivíduo. E dependendo do modo como é visto pode ser e a meu entender mal reforçado, reprimido, aplaudido, castigado, quando antes de tudo deveria ser discutido, entendido, e quem sabe tratado.

Porque, a focalização (fixação) que a sociedade tem com a sexualidade, os problemas relativos ás mais disfunções psíquicas, que levam a casos extremos como violência, motivações homicidas, suicidas, fobias, etc... Ou seja, para finalizar, creio que a maneira como o ser humano hoje em dia está a projectar os instintos de sobrevivência, e mais uma vez remetendo para a sexualidade estão a fragementá-lo, tal como se fragmentavam os seres unicelulares há 3,5 bilhões de anos, quando com o conhecimento actual o ser humano para merecer tal nome, e conceito que se formou á volta do mesmo, deveria ir num caminho de compreensão do indivíduo que está á nossa frente. Em vez disso vive-se num silêncio que é nada mais que um acordo mudo em que cada um espera apenas não ser pior que que o outro, mas que acaba por ter de fugir sempre da realidade, seja através do sexo, do álcool, da violência, da vontade de deixar de viver... Numa permanente frustração prestes a explodir pela forma mais imprevisível...