domingo, 5 de dezembro de 2010

So.S – Sociedade Sexual

Irei começar pelo início dos inícios, pelo menos daquilo que a nossa capacidade deixa imaginar: Nada, Big Bang(há 15 bilhões de anos atrás), Tudo... Matéria espalhada por um vazio que toma conta e se passa a chamar Universo. Nesse universo, formam-se galáxias(há 13 bilhões de anos) há uma pequena galáxia entre muitas outras, onde há planetas, e onde em um deles é o planeta Terra(há 4,5 bilhões de anos). Planeta este, em que surgiram as primeiras formas de vida á cerca de 3,5 bilhões de anos. Seriam com certeza formas de vida muito simples, mas as precursoras de todas as que se seguiram: seres unicelulares. Estes para se reproduzirem dividiam-se e assim davam origem a outros seres. O passo seguinte foi o aparecimento se seres pluricelulares em formas sucessivamente mais complexas... Até chegar a uma complexidade tal em que a reprodução implicaria a combinação entre a informação genética de dois indivíduos de uma mesma espécie (f/m) – reprodução sexuada.

O homo sapiens sapiens, que veio a evoluir até ao que hoje entendemos por ser humano, surgiu na Terra há cerca de 120 000 anos. E desde então têm vindo a moldar o meio há sua volta, usando-o para seu benefício como nenhum outro animal alguma vez fez no seu planeta, pelo menos de que se tenha registo... Outra característica muito peculiar é o modo como as relações sociais, no seu circuito de motivações recompensa é intrincado, complexo e até complicado. Do “topo” da sua auto-proclamada inteligência, a sua capacidade de abstracção esbarra por infindáveis ocasiões com os mecanismos que este reconhece, atribui e revê nas restantes espécies animais: os mecanismos básicos que a estrutura nervosa comum a quase todos os seres pluricelulares abarcam: mecanismos básicos que visam assegurar a sobrevivência do indivíduo e da própria espécie. E como tal, mecanismos que vão estar em jogo no circuito motivacional do ser humano, particularmente no que toca á sexualidade.

E em relação á sexualidade, tornou-se em boa parte um escape ás intrincadas frustrações que cada indivíduo foi sofrendo, resultado de infinitas motivações de origem tanto abstracta, quanto primária (mas sempre passando pelos mecanismos que estas motivações primárias implicam – estruturas compensatórias do sistema nervoso). E falar numa disfunção de como a sexualidade é entendida por cada indivíduo, é falar de muitas outras disfunções do que seria o funcionamento equilibrado da mente do ser humano: depressão, angústia, psicoticismo, neuroticismo, etc... E o mais perigoso é que na complicada sociedade em que vivemos qualquer uma destas disfunções pode ser vista de várias formas, muitas das vezes mal interpretadas, mascaradas, ou até usadas para sobressair na sociedade. E estes desequilíbrios, á vista desarmada da sociedade podem ser entendidas desde loucura, a simples bom humor, passando por traço característico da personalidade do indivíduo. E dependendo do modo como é visto pode ser e a meu entender mal reforçado, reprimido, aplaudido, castigado, quando antes de tudo deveria ser discutido, entendido, e quem sabe tratado.

Porque, a focalização (fixação) que a sociedade tem com a sexualidade, os problemas relativos ás mais disfunções psíquicas, que levam a casos extremos como violência, motivações homicidas, suicidas, fobias, etc... Ou seja, para finalizar, creio que a maneira como o ser humano hoje em dia está a projectar os instintos de sobrevivência, e mais uma vez remetendo para a sexualidade estão a fragementá-lo, tal como se fragmentavam os seres unicelulares há 3,5 bilhões de anos, quando com o conhecimento actual o ser humano para merecer tal nome, e conceito que se formou á volta do mesmo, deveria ir num caminho de compreensão do indivíduo que está á nossa frente. Em vez disso vive-se num silêncio que é nada mais que um acordo mudo em que cada um espera apenas não ser pior que que o outro, mas que acaba por ter de fugir sempre da realidade, seja através do sexo, do álcool, da violência, da vontade de deixar de viver... Numa permanente frustração prestes a explodir pela forma mais imprevisível...

domingo, 14 de novembro de 2010

Liberdade de Viver

Verdadeira, pura e inteira liberdade
É saber aceitar as limitações, realidade
Da essência da eminência social do ser,
Humanamente; existente, capaz de viver.

E saber viver nesta ânsia social é saber escutar,
Saber atender à necessidade de outrem se expressar.
E compreender, respeitar quanto tal não é possível,
Mas acompanhar uma partilha sincera; ser-se acessível.

São alguns bons requisitos, é certo...
Mas se para tal é preciso um ouvido bem aberto,
Partilhar um nosso próprio sentimento, a nossa realidade
Não menos libertador é. É mais é lição de Humildade!

Humildade, traço flexível de uma boa personalidade,
Num momento em que a mente goza de saudabilidade.
Espaço temporal em que mente e corpo comungam
De Equilíbrio, estabilidade que a ambos capacitam.

Capacidade esta, que sinto que não senti
Sentimentos que por em mim me encerrar não vivi,
Vida que sem a humanidade e humildade não valem a pena
Pena de mim, que deixei de ter, por vontade de voltar a viver.

Viver na plenitude de ousar confiar, ousar acreditar
Que vale a pena me mostrar ao mundo, respirar!
Sem cair na teimosa tentação de acreditar no ridículo,
Que pudesse parecer... Mas tal palavra acabou de desaparecer!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um dia como outro qualquer, com excepção de ser hoje
Hoje sou carne e osso; hoje, não consigo fingir...
Morto para a vida, renascida a dor, peso de existir...
Todo o mundo me dói, toda a gente se corrói...

A vida pesa-me... arrasta-me para a existência,
Onde existe esta própria subjectiva experiência:
Uma emoção, feita sentimento, reflectido na razão
Emocional da mente, minha refém, minha prisão...

Prisão, refúgio, inferno ou paraíso, catharsis?
São apenas as estações principais do comboio
Da mente, que faz viagens ora num sentido
Ora noutro. Necessárias, mas nem sempre ideais.

Este comboio, que mais parece montanha russa
Na qual anda o meu espírito, humor: sobe e desce...
Anda ás voltas e volta sempre a esta tristeza,
Grito das palavras desenhadas a silêncio, a sangue

De que jorra a revolta, o alerta, o desabafo,
A mudez que não se cala nem consente
Tal cegueira, tal conjunto de almas ausente
Obcecado com um agora passado presente.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

De dominação a dominó

Ler um bom livro faz mesmo bem... Já quase não me lembrava, de tanto que por vezes a leitura se torna de tal modo uma certa obrigação, ainda para mais quando é uma obrigação para avaliação quem nem sempre corre como o desejado... 

Seja como for, o certo é que esse prazer em ler está de volta, e em boa hora. Esta leitura têm-me feito pensar, reflectir quase sem querer, por intermédio de uns flashes que me surgem. E é isso que aqui vim partillhar, um desses que me surgiu mesmo á pouco. Entre a complexidade do pensamento que se abateu, aquilo que reflecti, e aquelas palavras que consegui traduzir, e as frases que consegui montar qual puzzle, surgiu o seguinte: 

O animal (sobre) vive lutando ou fugindo, seguindo os seus instintos. O verdadeiro Homem, ser sábio e social deverá ter aprendido que se conseguir ter uma atitude de paz, serenidade, afastando os seus instintos de luta e disputa poderá viver verdadeiramente em paz. E esta atitude será contagiosa, sendo entre os seus meios de contágio um deles é tão simplesmente: não julgar, aceitando outro. 

Pois, da minha perspectiva, por vezes nós, seres humanos não damos bem por onde andamos, quem e o que pisamos, nem que objectivos seguimos afinal. Para mim, parece-me que andam todos mais preocupados, como animais psicologicamente territoriais em disputar por um território, numa obsessão neurótica, que não me parece que a maioria saiba afinal que ganharão com esse território que só existe nas suas mentes.

E toda a disputa começa com a suposta existência de diferenças, e semelhanças. Semelhanças nos descontrolo das próprias mentes: deixando que a parte primitiva da mente dite as atitudes sociais. Muitos instintos que essa parte primitiva faz disparar sobre a consciência são na realidade completamente desajustados na vida social, ou na realidade social da vida, digamos. 
As diferenças surgem porque todos nos julgamos uns aos outros. Mais uma função da mente primitiva: julgar todas as situações e indivíduos, classificando-os como bons ou maus. Potencialmente ameaçadores ou inofensivos. Distinção básica para sobrevivência... Na selva!

De um ponto de vista humano e social, este julgamento para com outro indivíduo, apesar de poder (e ser normal de) existir, deve ser atirado para as profundezas da mente tão escuras quanto da qual este próprio surgiu, pois é neste simples mecanismo e subsequente acto humano de aceitar o outro que surge a maior dimensão de vida em sociedade que pode existir. E a verdade é que acredito que ao fazermos sentir alguém aceite, este também baixará a guarda do julgar e competir, lutar, e fará mais facilmente outrem sentir aceitação também, e assim por diante. Acredito neste efeito dominó...

domingo, 17 de outubro de 2010

Um gesto... Tão social quanto mecânico:
Última passa numa beata, ao chão atirada,
Pisada ao mesmo tempo que se espele o fumo
Num sopro degustado, atirado ao ar e prolongado..

Um ajeitar de casaco, por cima dos ombros,
De braço por cima da companheira, esgar:
Olhar depreciativo para um daqueles pobres diabos
Vai num monólogo a dois dentro de si, sem terminar.

Continuo a caminhar e olho o chão...
E sinto as pedras do calçado personificadas em ti:
Coimbra, que tanto de ti, de mim enfim, fugi...
Como te sempre no fundo entendi, qual irmão...

Tuas pedras sobre as quais ando a passo certo
Bem devem amaldiçoar seu destino, cretino
Não desejariam antes ser belos e esbeltos monumentos?
Ainda assim... Levam-me até eles e a estes momentos!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eu irrito, tu idolatras, ele idolatra...

O fenómeno da adoração a outros seres humanos como que se de Deuses se tratassem é algo que a mim me faz muita confusão. O fenómeno do ser fã, de ter posteres no quarto, de contar os cêntimos para pagar balúrdios por um momento em que vêm essa pessoa ou conjunto de pessoas, falo por exemplo de um concerto.

É verdade que bem se pode dizer por esta altura que tudo me faz confusão nesta vida, porque e quando olho para ela quase como se de um observador de outro planeta... Por isso imagino que quem muito gosta de idolatrar bandas, personalidades possa ficar escandalizado com a minha observação. Não fique, não é preciso... Se ficar paciência, tá na hora de mudar de blog...
Porque é que este fenómeno de idolatração acontece? 
Da forma como vejo, pode ter a ver com principalmente 2 coisas: primeiro, porque trás à pessoa um sentimento de identificação com o idolatrado e com o grupo de pessoas que idolatra o mesmo (É tão bom sentir que alguém pensa, sente ou passa por fenómenos semelhantes aos que passamos). Em segundo lugar, quando dizia que estes idolatrados são vistos como Deuses, estava a falar mais a sério do que possa parecer. A religião existe porque o ser humano tem uma necessidade intrínseca de sentir-se protegido, acompanhado, sentir que há algo maior que possa amparar a sua existência. E a meu ver, idolatrar alguém pode funcionar como acreditar em um qualquer Deus.
O idolatrado está contigo na rua, quando ouves o teu mp3; diz-te aquilo que queres ouvir, ou pronuncia palavras que associas a sentimentos que reconheces... E até naquele concerto em que foste grita por um país, uma cidade que (re)conheces, fala até algo como "obrigado" na tua língua! Quanta honra...

Pensando bem, o que me irrita mesmo é o investimento a nível de recursos psíquicos que é feito em algo que existe apenas como base para uma imagem que é resultado da construção mental, da imaginação.  Dizendo por outras palavras que o que as pessoas vêm no idolatrado é algodão doce (construção mental da imaginação) enquanto que o que existe mesmo e apenas um simples palito no qual se projectou todo o algodão doce. 
Irrita-me tudo isto, porque muitas das vezes não damos o devido valor, e respeito ás pessoas "normais" (não estrelas de rock) que fazem parte do quotidiano "real", sem as luzes, o palco, a maquilhagem, adereços e altos decibéis. 
Mas também não me admiro por irritar muita gente por pensar, por pôr em questão as realidades de cada um, a minha própria inclusive... Mas...

Mas só estou em paz criando o caos (mental)...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O monge que sou; E o que posso e vou ser!

Sempre admirei os ditados populares; afinal de contas são pequenas mnemónicas que carregam em si o saber acumulado de gerações, e que foram passando dessas gerações até nós, até às gerações actuais. 
Dessas mnemónicas, hoje não posso deixar de lembrar a seguinte: "O hábito faz o monge". 
Porquê esta, porquê hoje? 
Porque hoje consigo ver que todos os pequenos hábitos e pequenas rotinas, atitudes, quando repetidas (quase) infinitamente são capazes de fazer de mim quem sou. E se outrora, num passado tão recente que está ainda colado ao presente, estas rotinas e atitudes foram de fuga, auto-protecção, evitamento, fechamento, etc.. que me levaram a uma falsa sensação de conforto, acomodação, protecção de algo que eu entendia ser desconfortável, doloroso. Fugia de um mundo que julgava me julgasse vorasmente, sentia-me incapaz, pequeno, não apto a enfrentar e ultrapassar as minhas dificuldades, os desafios que se me deparavam no caminho!

Esta sensação de não estar a altura, de estar rodeado de pessoas que eu de mim para mim dizia serem mais aptas, mais capazes, tocou onde antes muito poucas situações haviam tocado, no fundo da minha consciência: tocou no interruptor que ligava a luz de alarme que dizia: não sou perfeito; tenho as minhas limitações! Só não consegui chegar ao botão de emergência que diz agora: tenho limitações, mas posso lutar contra elas! Em vez disso numa situação de perigo eminente (para o meu ego, ego num bom sentido), onde se exigiria fugir ou lutar, tal como se nos deparássemos com um Leão pela frente numa savana, parece óbvia qual a solução mais fácil... e foi a que tomei como minha... 

Enfim, percorri um longo caminho até me aperceber que este Leão, pode ser domado, afinal de contas, nem avaliei o seu tamanho, a sua força... Um ponto fraco, uma ferida que seja também a minha força, e o ponto de partida para o subjugar...  Ou seja, cheguei à conclusão que estou aqui(esteja onde estiver), sou um animal territorial e esteja onde estiver tenho que conquistar o meu território! E lutar para mantê-lo, criar um novo hábito, mudando pequenas rotinas, pequenas atitudes... Repeti-las até ao infinito e olhar para mim de novo e ver alguém de quem me possa orgulhar, e gostar!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Animal territorial

Dou por mim a pensar que sou um animal territorial, emocionalmente... Não gosto de ver esse meu território invadido. Por outro lado, sei que o meu coração é um lugar hospitaleiro, mas que a estrada até lá pode ser através de um terreno inóspito... Inóspito e distante demais para quem procura apenas parques de estacionamento (daqueles com parquímetro) à beira do seu próprio percurso. 

Bem, esta minha forma de ser para com os outros é sem dúvida um forma de adaptação. Tal como outra qualquer. E tal como outra qualquer tem as suas vantagens e desvantagens. Pois, sinto que de certa maneira tenho uma atitude de fuga quando alguém me invade o território, ou me tira da minha zona emocional de segurança(ou quando sequer imagine que o possa fazer); contudo, ao mesmo tempo, sinto que isso me trás um sentimento de solidão e isolamento na cabana exótica de conforto. 

Como vantagens, tenho ainda a possibilidade de com este mecanismo poder "filtrar" as pessoas que chegam a mim, por forma a que não me venham depois criar sentimentos desagradáveis. E a esta altura estou a pensar que mais pareço que quero fazer passar rochas do tamanho de punhos através dos pequenos buracos de um coador... E nem preciso que enumerar mais possíveis vantagens e desvantagens para perceber que tenho que deixar de parte a segurança, o conforto, porque no fim de contas são apenas sensações virtuais... Não podem existir verdadeiramente quando se fala de relações interpessoais; pelo menos não a esta dimensão que estou a dar...

Ainda pensava ao longo deste meu texto perguntar-me no final de vistas as vantagens e desvantagens: se outra atitude não teria também as suas pesadas desvantagens, mas neste momento parece-me óbvio que estaria a falar de 2 opostos... Pois, por mais que na metáfora que estabeleci, ficasse claro que não sou um lugar (emocional) à beira da estrada para que qualquer um estacione, e por mais que associe esse estacionamento a relações e pessoas superficiais(preconceito meu?), o facto é que, todos nós acabamos por precisar desse tipo de estacionamentos, em determinados contextos; 

Somos seres eminentemente (inevitávelmente, diria) sociais! . . . E o que posso concluir em relação a mim é que este evitamento, fuga, esta criação de um lugar seguro onde ninguém (ou quase) pode lá chegar, isto tem de mudar um pouco. Porque depois acabo por sentir necessidade de o preencher, dar a conhecer. E para isso se calhar não tendo de estar exactamente á beira de um caminho qualquer, pode ao menos ter um placa amigável a assinalar(Estou aqui!), e uma estrada mas convidativa...

sábado, 4 de setembro de 2010

A Justiça, a Verdade e a Mentira...

Era uma vez... Poderia ser a forma de começar, típica de um conto infantil: uma história com princípio, meio e fim, eventualmente até mais que entretida, digna de uma boa lição de moral á moda antiga. Antes fosse...

Nos dias de hoje as histórias marradas à mercê da dita "justiça" quer seja ela a própria instituição judicial, o julgamento do povo, ou a mera apreciação individual; essas histórias já não têm princípio(s). O meio rola e enrola-se num enredo que mais não tem fim. Faz-se esconder mentira por detrás da verdade, disfarçam-se os factos até parecerem mentiras, e aclama-se inocência em nome da verdade.

Artigo aqui, alínea acolá, e já não há juiz(o) que aguente, nem dinheiro que  mais entre, favores que mais surja,, nem tempo que se gaste. Quem realmente percebe que teatro, artifícios e malabarismos são estes? Quem consegue ver para além disto e definir e discernir, entre realidade, justiça, verdade e mentira?

E o povo, e o sujeito individual, que exemplo deve tomar? Deverá simplesmente ignorar esta "história"? Seguir o seu caminho e esquecer o fervilhar dos media (jornais, televisão..)? Deverá sentir pena'? De quem? Do culpado, da vítima, ou do absolvido? De si?

Cada um faça sua sentença, eu já nem faço qualquer julgamento, impossível no meio de tanto fingimento..

sábado, 28 de agosto de 2010

SO2 - Gás tóxico, anti-matrimónio?

Já alguma vez sentiram o que há no seio de uma família, nos sentido tradicional e na forma mais pura que os dias de hoje permitem? 

Em primeiro lugar, o que permitiu que isso existisse? Valores, educação, contexto familiar, raízes culturais, de cada um dos conjugues... E algo também no contexto geral cultural que os aproximasse. Enfim, são os conceitos que me lembrei que se intrincam uns nos outros por detrás de fenómenos(mais ou menos visíveis) como a religião, actividades sociais, o trabalho, a própria atitude perante estes próprios fenómenos... Enfim... A vida de cada um, tal como apreendeu por si, mas também em grande pela influência destes costumes, da fé, e do exemplo que essas pessoas tiveram á sua volta.

Nem sequer aqui vou indagar sobre qual a influência de quê e como fez dar-se a união, pois isso seria também complexo, e não foi o que motivou o meu pensamento, reflexão.

Fico-me pela beleza de um casal feliz, no que é humanamente possível, perante a vida que estes criaram no seio daquilo que sentem um pelo outro e no seu conjunto: crianças, pequenas, traquinas, sujas aqui ou acolá sem se importarem, pois não está na sua natureza perder tempo com isso, quando têm um mundo por explorar, por descobrir! A inocência dos seus olhos a chamar pelo papá, ou pela mamã: "papá, aquiwo!", o doce balbuciar de palavras que mal se entendem, mas que elas bem o compreendem! Como dizem os papás babados: "Não há dinheiro que compre isto!", enquanto ajeitam o cabelo desgrenhado e encaracolado...

E não há realmente, e digo-o ao sentir esta realidade de perto de alguém que a vive, observando com alegria! Mas observando também sentindo distante de mim possibilidade de tal realidade.Talvez por deixar passar possibilidades, talvez simplesmente por não ser hora de sentir-lo. Ainda que esteja sereno em relação a tudo isto, não deixo de me questionar se os meus factores que o permitiriam não estarão poluídos pelo dióxido de sociedade...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Certezas: assertividade vs presunção

Nas mais variadas situações do dia-a-dia, nesta sociedade actual é-nos pedido, quase exigido algum grau de certeza, pelo menos aparente. Quer estejamos a exprimir uma simples opinião ou ponto de vista, numa qualquer conversa, quer estejamos num outro qualquer contexto mais exigente.

E quando estamos perante a mais famosa reprodução das situações reais, da vida real, que por ironia tem como ficção a sua definição, também nos deparamos com este foco na importância da certeza de cada uma das personagens no seu papel. Personagens fictícias populares como House, entre muitos outros exemplos, fazem da sua certeza desmesurada, que chega a se tornar arrogância, a sua imagem e carisma de marca.

Mais que isso, esta ficção popular para além das personagens principais que se baseiam nestas certezas absolutas, também nas as personagens secundárias, e na sua interacção se nota muito este choque entre certezas absolutas, na qual a certeza mais absolutamente assertiva (ou presunçosa) se sobrepõe, sendo esta a nova luz se irá fazer na mente da suposta personagem. Faz-se então um "close up" na face da personagem que então absorve a nova realidade (certeza). Mais ainda, no fim do discurso, a outra personagem afasta-se sem dar hipótese de resposta, mas com a certeza de que deu uma lição de vida e impôs a sua teoria.

É uma ficção que compramos a peso da realidade... E a que preço, ou melhor, a que custo nos sairá esta compra, este consumismo da ficção?

Pois, porque na realidade, não há efeitos cinematográficos, nem há câmaras, nem microfones, nem milhões de espectadores. Haverá apenas as nossa (poucas) certezas, que têm que viver num espaço mais humilde em sintonia, respeito pelo espaço das muitas outras certezas com que nos deparamos.

domingo, 22 de agosto de 2010

Renascer

Estava á beira do meu leito de sono, quando fui invadido pelos meus pensamentos e por uma reflexão profunda sobre mim e sobre a minha situação a vários níveis. E pela ânsia, vontade desmedida de o partilhar!

Mais uma vez, em jeito de apresentação deste conceito (de blog), que ainda está em construção (o próprio conceito) dei por mim a pensar que este é de certa forma um projecto meu há muito idealizado de forma mais ou menos concreta. Desde a minha adolescência que sonho em escrever, ou melhor, em que as minhas escritas um dia tenham os frutos de serem impressas num livro. 
Sempre tive esta grande vontade dentro de mim de partilhar aquilo que absorvo, penso, sinto, reflicto e aprendo. Não que tenha a pretensão de impor a minha opinião sobre algo em concreto, mas porque tenho esta força que me leva a partilhar por meio da escrita! E por meio da escrita fazer chegar a alguém(ou até mesmo a mim próprio um dia mais tarde) uma mensagem, um aviso, uma palavra simplesmente!

E não sei se por esta minha motivação estar intimamente relacionada com estes sentimentos que me reportam um pouco a adolescência que ainda se mantém viva dentro de mim, mas quero muito fazer passar estas mensagens escritas para jovens também, em idade e em sentimento. Ou para alguém que procure também conhecer como é ser-se jovem nos dias de hoje! Pois ser-se jovem e adolescente hoje em dia não é nada fácil! É certo que cada era apresenta as suas dificuldades para cada faixa etária, mas por várias razões, que serão por ventura tópico de textos seguintes, nos dias de hoje, apresenta muitos e bem difíceis desafios por suportar e superar!

Mais uma vez retomo a ideia de que eu sou apenas uma pessoa atenta aos desafios que surgem a ser-se jovem, e expresso a minha opinião, os meus sentimentos, mas jamais quererei sobrepô-los á visão de ninguém! Pelo contrário, deixo a porta aberta para ouvir e até mais; gostaria de ouvir a vossa opinião, sentimentos sobre os temas que apresento.

Para terminar gostaria de dizer ainda como nota pessoal que me sinto feliz por ter iniciado este projecto do blog, pois todas as possibilidades que me surgem com ele a cada ideia que me vai suscitando me fazem sentir que abraço de novo todas as potencialidades que senti durante algum tempo adormecidas, quase esquecidas! Potencialidades de humanidade, e criatividade, que são o pouco que tenho para dar a um mundo em constante mutação e que tem cada vez mais níveis de exigências que fazem a muitos de nós recuar e duvidar.

Fogos no verão, que grande aflição!

Começo por falar do que vejo, a partir da televisão pelos dias mais quentes do verão: basta ligar a televisão e temos durante meia hora garantida do telejornal a mesma notícia que já ouvimos vezes sem conta: "Incêndio na região X lavra desde a madrugada."; "Corporações de bombeiros..."; "Já arderam até agora Y hectares de floresta"; "Populares ajudam bombeiros para salvar as casas"; "As operações de rescaldo.."; "...meios aéreos". 

No epicentro destes acontecimentos muito noticiados estão muitas das vezes as pessoas simples, do povo, das aldeias, do campo que nestes infortúnios acabam por perder o pouco que já não tinham! Os terrenos cultivados de sol a sol pelas suas próprias mãos cansadas e calejadas passam de esperança de sustento a desespero por nada mais ter... O gado, que constitui também fonte de sustento, seres vivos! Que acabam muitas das vezes mortos numa agonia que nem as câmaras captam nem a imaginação nos deixa visualizar!

E no que no fogo e no calor do sensacionalismo se trata e retrata, quando as chamas vão e as cinzas ficam, resta apenas o esquecimento! Porque o preto e o cinza não brilham mais nos televisores. A sensação acaba nos números de hectares queimados! 
As pessoas, antes entrevistadas mesmo nos momentos de maior aflição, rapidamente são esquecidas noutros fogos de vista. Esquecidas na cinza, deixadas para trás. Quem as ajuda? 

Antes de falarmos de política, falemos ainda de quem luta na "linha da frente" para tentar salvar o pouco que é pouco mais que nada dos agora esquecidos. Os bombeiros, que a muito se arriscam, sem nada(ou quase) ganharem em troca. Um risco que muitas vezes também os consome no infortúnio... A esses também uma palavra de realce! 

Quanto aos jogos de ping-pong entre ditas esquerdas e direitas; esses políticos que nestas alturas se escondem como ratos! Nem sabem que dizer nestas alturas! Lá fazem os mais visados o acto teatral de "interrupção das férias". De férias andam eles o ano todo a mandarem espigas entre partidos, como em muitas outras profissões neste país a tentarem ferir os outros e a fingirem ter certezas e parecerem fortes para com isso ganharem vantagem na imagem que passam para o eleitorado! 
E como criticar apenas sem apresentar soluções é o que se faz pela assembleia da república, deixo aqui até algumas ideias: que tal criar planos de prevenção para estas situações que se repetem todos os anos? A limpeza das matas! Uma maior vigia das florestas! Um sistema de rentabilização das florestas onde eventualmente se criassem de uma maneira ecologicamente viável espécies de clareiras, subdividindo espaços e dificultando o fácil avanço de chamas! Etc.. Ideias é o que se precisam! E pô-las em prática já! Para ter resultados no próximo e nos anos seguintes! Até se criariam postos de trabalho e possivelmente se angariariam fundos da União Europeia. 


Agradeço comentários, críticas, sugestões, partilha de situações que se tenham passado convosco, perto de alguém que conheçam, a vossa opinião sobre este tema, e eventualmente outros temas na ordem do dia que se possam também discutir aqui.

Ierathel.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Apresentação do Blog

As minhas primeiras palavras no minha primeira aventura num blog. Hoje em dia há muitas formas de expor as nossas palavras, nomeadamente na "larga teia mundial" (www). Mas poucas formas haverão de comunicar de uma forma mais pura na verdadeira acepção da palavra, e esta através deste blog é uma forma de eu tentar aqui comunicar de um modo humano, poético, a forma de expressão mais básica, mais nua e espontânea e mais natural que conheço.