segunda-feira, 18 de outubro de 2010

De dominação a dominó

Ler um bom livro faz mesmo bem... Já quase não me lembrava, de tanto que por vezes a leitura se torna de tal modo uma certa obrigação, ainda para mais quando é uma obrigação para avaliação quem nem sempre corre como o desejado... 

Seja como for, o certo é que esse prazer em ler está de volta, e em boa hora. Esta leitura têm-me feito pensar, reflectir quase sem querer, por intermédio de uns flashes que me surgem. E é isso que aqui vim partillhar, um desses que me surgiu mesmo á pouco. Entre a complexidade do pensamento que se abateu, aquilo que reflecti, e aquelas palavras que consegui traduzir, e as frases que consegui montar qual puzzle, surgiu o seguinte: 

O animal (sobre) vive lutando ou fugindo, seguindo os seus instintos. O verdadeiro Homem, ser sábio e social deverá ter aprendido que se conseguir ter uma atitude de paz, serenidade, afastando os seus instintos de luta e disputa poderá viver verdadeiramente em paz. E esta atitude será contagiosa, sendo entre os seus meios de contágio um deles é tão simplesmente: não julgar, aceitando outro. 

Pois, da minha perspectiva, por vezes nós, seres humanos não damos bem por onde andamos, quem e o que pisamos, nem que objectivos seguimos afinal. Para mim, parece-me que andam todos mais preocupados, como animais psicologicamente territoriais em disputar por um território, numa obsessão neurótica, que não me parece que a maioria saiba afinal que ganharão com esse território que só existe nas suas mentes.

E toda a disputa começa com a suposta existência de diferenças, e semelhanças. Semelhanças nos descontrolo das próprias mentes: deixando que a parte primitiva da mente dite as atitudes sociais. Muitos instintos que essa parte primitiva faz disparar sobre a consciência são na realidade completamente desajustados na vida social, ou na realidade social da vida, digamos. 
As diferenças surgem porque todos nos julgamos uns aos outros. Mais uma função da mente primitiva: julgar todas as situações e indivíduos, classificando-os como bons ou maus. Potencialmente ameaçadores ou inofensivos. Distinção básica para sobrevivência... Na selva!

De um ponto de vista humano e social, este julgamento para com outro indivíduo, apesar de poder (e ser normal de) existir, deve ser atirado para as profundezas da mente tão escuras quanto da qual este próprio surgiu, pois é neste simples mecanismo e subsequente acto humano de aceitar o outro que surge a maior dimensão de vida em sociedade que pode existir. E a verdade é que acredito que ao fazermos sentir alguém aceite, este também baixará a guarda do julgar e competir, lutar, e fará mais facilmente outrem sentir aceitação também, e assim por diante. Acredito neste efeito dominó...

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