domingo, 22 de agosto de 2010

Fogos no verão, que grande aflição!

Começo por falar do que vejo, a partir da televisão pelos dias mais quentes do verão: basta ligar a televisão e temos durante meia hora garantida do telejornal a mesma notícia que já ouvimos vezes sem conta: "Incêndio na região X lavra desde a madrugada."; "Corporações de bombeiros..."; "Já arderam até agora Y hectares de floresta"; "Populares ajudam bombeiros para salvar as casas"; "As operações de rescaldo.."; "...meios aéreos". 

No epicentro destes acontecimentos muito noticiados estão muitas das vezes as pessoas simples, do povo, das aldeias, do campo que nestes infortúnios acabam por perder o pouco que já não tinham! Os terrenos cultivados de sol a sol pelas suas próprias mãos cansadas e calejadas passam de esperança de sustento a desespero por nada mais ter... O gado, que constitui também fonte de sustento, seres vivos! Que acabam muitas das vezes mortos numa agonia que nem as câmaras captam nem a imaginação nos deixa visualizar!

E no que no fogo e no calor do sensacionalismo se trata e retrata, quando as chamas vão e as cinzas ficam, resta apenas o esquecimento! Porque o preto e o cinza não brilham mais nos televisores. A sensação acaba nos números de hectares queimados! 
As pessoas, antes entrevistadas mesmo nos momentos de maior aflição, rapidamente são esquecidas noutros fogos de vista. Esquecidas na cinza, deixadas para trás. Quem as ajuda? 

Antes de falarmos de política, falemos ainda de quem luta na "linha da frente" para tentar salvar o pouco que é pouco mais que nada dos agora esquecidos. Os bombeiros, que a muito se arriscam, sem nada(ou quase) ganharem em troca. Um risco que muitas vezes também os consome no infortúnio... A esses também uma palavra de realce! 

Quanto aos jogos de ping-pong entre ditas esquerdas e direitas; esses políticos que nestas alturas se escondem como ratos! Nem sabem que dizer nestas alturas! Lá fazem os mais visados o acto teatral de "interrupção das férias". De férias andam eles o ano todo a mandarem espigas entre partidos, como em muitas outras profissões neste país a tentarem ferir os outros e a fingirem ter certezas e parecerem fortes para com isso ganharem vantagem na imagem que passam para o eleitorado! 
E como criticar apenas sem apresentar soluções é o que se faz pela assembleia da república, deixo aqui até algumas ideias: que tal criar planos de prevenção para estas situações que se repetem todos os anos? A limpeza das matas! Uma maior vigia das florestas! Um sistema de rentabilização das florestas onde eventualmente se criassem de uma maneira ecologicamente viável espécies de clareiras, subdividindo espaços e dificultando o fácil avanço de chamas! Etc.. Ideias é o que se precisam! E pô-las em prática já! Para ter resultados no próximo e nos anos seguintes! Até se criariam postos de trabalho e possivelmente se angariariam fundos da União Europeia. 


Agradeço comentários, críticas, sugestões, partilha de situações que se tenham passado convosco, perto de alguém que conheçam, a vossa opinião sobre este tema, e eventualmente outros temas na ordem do dia que se possam também discutir aqui.

Ierathel.

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