quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Certezas: assertividade vs presunção

Nas mais variadas situações do dia-a-dia, nesta sociedade actual é-nos pedido, quase exigido algum grau de certeza, pelo menos aparente. Quer estejamos a exprimir uma simples opinião ou ponto de vista, numa qualquer conversa, quer estejamos num outro qualquer contexto mais exigente.

E quando estamos perante a mais famosa reprodução das situações reais, da vida real, que por ironia tem como ficção a sua definição, também nos deparamos com este foco na importância da certeza de cada uma das personagens no seu papel. Personagens fictícias populares como House, entre muitos outros exemplos, fazem da sua certeza desmesurada, que chega a se tornar arrogância, a sua imagem e carisma de marca.

Mais que isso, esta ficção popular para além das personagens principais que se baseiam nestas certezas absolutas, também nas as personagens secundárias, e na sua interacção se nota muito este choque entre certezas absolutas, na qual a certeza mais absolutamente assertiva (ou presunçosa) se sobrepõe, sendo esta a nova luz se irá fazer na mente da suposta personagem. Faz-se então um "close up" na face da personagem que então absorve a nova realidade (certeza). Mais ainda, no fim do discurso, a outra personagem afasta-se sem dar hipótese de resposta, mas com a certeza de que deu uma lição de vida e impôs a sua teoria.

É uma ficção que compramos a peso da realidade... E a que preço, ou melhor, a que custo nos sairá esta compra, este consumismo da ficção?

Pois, porque na realidade, não há efeitos cinematográficos, nem há câmaras, nem microfones, nem milhões de espectadores. Haverá apenas as nossa (poucas) certezas, que têm que viver num espaço mais humilde em sintonia, respeito pelo espaço das muitas outras certezas com que nos deparamos.

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