quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Animal territorial

Dou por mim a pensar que sou um animal territorial, emocionalmente... Não gosto de ver esse meu território invadido. Por outro lado, sei que o meu coração é um lugar hospitaleiro, mas que a estrada até lá pode ser através de um terreno inóspito... Inóspito e distante demais para quem procura apenas parques de estacionamento (daqueles com parquímetro) à beira do seu próprio percurso. 

Bem, esta minha forma de ser para com os outros é sem dúvida um forma de adaptação. Tal como outra qualquer. E tal como outra qualquer tem as suas vantagens e desvantagens. Pois, sinto que de certa maneira tenho uma atitude de fuga quando alguém me invade o território, ou me tira da minha zona emocional de segurança(ou quando sequer imagine que o possa fazer); contudo, ao mesmo tempo, sinto que isso me trás um sentimento de solidão e isolamento na cabana exótica de conforto. 

Como vantagens, tenho ainda a possibilidade de com este mecanismo poder "filtrar" as pessoas que chegam a mim, por forma a que não me venham depois criar sentimentos desagradáveis. E a esta altura estou a pensar que mais pareço que quero fazer passar rochas do tamanho de punhos através dos pequenos buracos de um coador... E nem preciso que enumerar mais possíveis vantagens e desvantagens para perceber que tenho que deixar de parte a segurança, o conforto, porque no fim de contas são apenas sensações virtuais... Não podem existir verdadeiramente quando se fala de relações interpessoais; pelo menos não a esta dimensão que estou a dar...

Ainda pensava ao longo deste meu texto perguntar-me no final de vistas as vantagens e desvantagens: se outra atitude não teria também as suas pesadas desvantagens, mas neste momento parece-me óbvio que estaria a falar de 2 opostos... Pois, por mais que na metáfora que estabeleci, ficasse claro que não sou um lugar (emocional) à beira da estrada para que qualquer um estacione, e por mais que associe esse estacionamento a relações e pessoas superficiais(preconceito meu?), o facto é que, todos nós acabamos por precisar desse tipo de estacionamentos, em determinados contextos; 

Somos seres eminentemente (inevitávelmente, diria) sociais! . . . E o que posso concluir em relação a mim é que este evitamento, fuga, esta criação de um lugar seguro onde ninguém (ou quase) pode lá chegar, isto tem de mudar um pouco. Porque depois acabo por sentir necessidade de o preencher, dar a conhecer. E para isso se calhar não tendo de estar exactamente á beira de um caminho qualquer, pode ao menos ter um placa amigável a assinalar(Estou aqui!), e uma estrada mas convidativa...

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