domingo, 17 de outubro de 2010

Um gesto... Tão social quanto mecânico:
Última passa numa beata, ao chão atirada,
Pisada ao mesmo tempo que se espele o fumo
Num sopro degustado, atirado ao ar e prolongado..

Um ajeitar de casaco, por cima dos ombros,
De braço por cima da companheira, esgar:
Olhar depreciativo para um daqueles pobres diabos
Vai num monólogo a dois dentro de si, sem terminar.

Continuo a caminhar e olho o chão...
E sinto as pedras do calçado personificadas em ti:
Coimbra, que tanto de ti, de mim enfim, fugi...
Como te sempre no fundo entendi, qual irmão...

Tuas pedras sobre as quais ando a passo certo
Bem devem amaldiçoar seu destino, cretino
Não desejariam antes ser belos e esbeltos monumentos?
Ainda assim... Levam-me até eles e a estes momentos!

1 comentário:

  1. Bem, não sei que é o autor deste belo poema, mas eu, como poeta que já escrevi tantos poemas para minha Coimbra, adorei este e reconheço-lhe o seu valor!
    Parabéns a quem o escreveu!
    Já agora, excelente blog!
    Cumprimentos poéticos,

    António Botelho
    http://poesiasdeantoniobotelho.blogspot.com/

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